sexta-feira, 26 de outubro de 2012
Força, garra, determinação, seriedade, trabalho, inquietude, inconformismo, destemida, firmeza, implacável. E assim vivia seus dias, parecia que nada lhe abatia ou abalava; matava inúmeros leões por dia.
A menina cresceu, havia se tornado uma mulher forte, decidida; muitas vezes admirada pela sua determinação, havia aprendido ainda muito cedo a ter em suas mãos o poder de decisão sobre sua vida.
Havia aprendido a não acreditar em vocação mas em oportunidade, afinal de que vale vocação sem oportunidade de praticá-la?!
Aprendeu a sempre confiar desconfiando...
Aprendeu a nunca esperar muitos das pessoas, assim não perdeu a capacidade de ser surpreendida...
Aprendeu que o amor é uma decisão; contudo jamais compreendeu porque as pessoas decidiam "sofrer por amor"; Então decidiu não correr riscos, decidiu não amar!
Mas aquela mulher forte e decidida, ao entrar em seu quarto, seu refúgio, despia-se de sua fantasia de "mulher maravilha implacável", e voltava a se aquela menina, ainda tão assustada, com tantas duvidas, e diversos sonhos... Jogava-se na cama e seu olhar ficava distante, seus pensamentos se perdiam, ainda era capaz de se encantar com a melodia das caixinhas musicais, sentia-se como aquela bailarina da caixinha, sozinha, isolada, presa, ainda não sabia quem era de verdade... mas sonhava em ser feliz!
E então percebia que aquela menina na verdade não tinha crescido ainda, só tinha mudado de aparência, usava maquiagem e salto alto, mas continuava ali tão cheia de medo e duvidas.
By Hildy Souza
sábado, 20 de outubro de 2012
Lentamente abriu os olhos, no relógio marcavam 10h da manhã, a noite havia sido longa e animada; e seguia o dia naturalmente haviam inúmeras coisas a serem feita, mas agia calmamente parecia que o dia esperaria por ela.
Estava conectada as suas redes sociais quando o celular toca, despretenciosa pega o telefone e quando olha o visor quase não acredita quem está lhe ligando, por um instante achou que seus olhos haviam lhe traido:
- Alô!
- Alô! Tudo bem com você?
E por alguns instante conversou sobre tudo e sobre nada, relembravam momento vividos, questionavam-se sobre o presente e sorriam ao falar do futuro... Tão logo desligaram e quando finalizou a chamada viu que haviam passado tanto tempo ao telefone sem se quer perceber!
O dia ficou mais animado, colorido, de repente tudo ganhou um novo sentido; uma ligação e algumas palavras fizeram toda diferença.
Então caiu a ficha, por mais que tentasse negar ele mexia com ela, poderia mentir para outros contudo não para si mesma, seu coração ja havia declarado e decidido era ele! O que lhe dói é a falta de conhecimento sobre os sentimentos dele; às vezes tão carinhoso, horas tão distante... E diversas situações os separavam mas nesse telefonema ela teve a certeza que teria que lutar por esse sentimento e vivê-lo intensamente ou não conseguiria dar uma chance a mais ninguem em sua vida.
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Enquanto for possivel, viver
Seu olhar perdido no horizonte, quantas lembranças vinham a tona... E com nostalgia recordações surgiam de maneira quase palpaveis, era capaz de sentir perfumes e reviver sabores quase degustáveis.
Escapava-lhe um sorriso, discreto, dos lábios lembrando quão inocente havia sido durante toda a vida, mas não se arrependia, havia sido feliz, talvez não como gostaria, mas como deu pra ser.
Lembrava-se ainda de tamanho medo que sentia da morte, mesmo sabendo que era um mal inevitável, com o tempo a morte já não lhe assustava mais, e sim a forma como morreria e agora nem mais isso lhe assutava; recordava palavras de seus avós afirmando: "Todas as pessoas já nascem com seus dias de vida definidos e não há nada o que fazer quanto a isso". Recordava essas palavras que a fizeram entender que não valeria a pena sofrer por antecipação, independente de como viveria, só viveria aqueles dias. Então para que se maltratar para tentar postergar aquilo que era inadiável? Lutar contra o inevitável só lhe causaria mais dor, principalmente ao ver aqueles que ama com um olhar de impotência e de dó; por isso também assumiu, mais uma vez, o controle de sua vida e decidiu sentir seu mal sozinha, não havia motivos de aprisionar ninguém ao seu lado por pena; Não! de forma alguma isso não era do seu feitio.
E assim foi vivendo da melhor maneira possível, tentando levar de maneira natural a sua vida, ou o que restava dela...
As dores começam a aparecer; e medicamentos já não fazem mais efeito; não quer mais ir ao médico, pra que lutar contra o destino, e despertar raios de esperança que se desfalecerão em breve?! Sofria sozinha suas dores, e em silêncio, tinha plena consciência que ficaria cada dia mais fortes e incontroláveis; Já não tem mais a mesma agilidade, o mesmo controle e coordenação de seus movimentos, sente-se fraca e muitas vezes sem animo, compreende que a vida escapa-lhe aos poucos e nada poderá fazer.
Hoje já não sofre mais pela morte mas porque não viverá mais, contudo essa é a sua realidade, e por gostar tanto da vida uma coisa é decidida: Viver, como lhe for possível!
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