quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011


Ansiosamente ela aguardava uma visita. A respiração acelerada demonstrava sua pressa, seu desespero, sua angústia; - será que daria tempo? ela pensava. Os ponteiros do relógio pareciam correr. Pessoas entrando e saindo, mas quem ela esperava tardava a chegar.

A cada barulho no corredor um sobressalto de esperança que se ia quando pela porta passava alguém que não era quem ela esperava. E foi assim todos os dias; Era somente esta visita que ela aguardava.

E enfim quando já não se acreditava na sua presença, chegou, uma visita rápida, quase um relâmpago, tanta espera, tanta ansiedade, acalmados em apenas 10 minutos. Não havia mais como proferir nenhuma palavra, já não havia mais forças, nem folego para isso; apenas o olhar terno e carinhoso transmitiam um muito obrigado por ter vindo se despedir!

Daquela visita em diante a contagem foi regressiva. Era cada vez mais dificil e doloroso respirar. Continuar vivendo não parecia ter sentido. Para que voltar ao martírio se posso me libertar? Já foram muitos anos vividos, e calejada pela vida o corpo não queria continuar, para sofrer pelas mãos de quem ajudei a criar e quem mas sofria era o coração em saber que aquelas mãos que um dia ela havia segurado dando força por serem tão frágeis em pequenas agora não compreendiam que os papéis haviam se invertido e era ela que estava frágil e precisava de cuidados.

Horas depois a noite ficava mais triste e sombria, ela partiu! Partiu em silêncio, deixou a vida de maneira discreta, mas feliz, consciente de que já não sofreria mais, nem sentiria dor alguma. E como uma pássaro vôou para a eternidade onde ninguem poderia lhe tocar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário